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sábado, 10 de julho de 2010

Por que ler as obras fundamentais do Espiritismo?




Por Vinícius Lousada (1)
vlousada@hotmail.com

A pergunta acima, ao adepto estudioso, pode parecer dispensável por ser sua resposta uma obviedade, pois, nas obras fundamentais do Espiritismo, as de Allan Kardec, é que encontramos a Filosofia Espírita na sua totalidade, e, sem a leitura delas não seremos capazes de apreender seus postulados, nem tampouco, o seu objetivo essencial.

No entanto, do ponto de vista de quem interage junto ao movimento espírita, percebemos muita gente se esquecendo de ler Kardec – ou lendo-o de maneira fragmentada, apenas selecionando trechos ou páginas ao acaso – e saindo à cata de novidades espiritualistas ou as difundindo (e confundindo) como se fossem mesmo da alçada da Doutrina Espírita, ignorando, por sua vez, os princípios filosóficos do Espiritismo ou se detendo nos comentários, leituras e concepções de terceiros sobre o assunto sem se ocuparem da bibliografia kardequiana.

Como, de modo geral, trazemos atavismos religiosos dos quais não nos libertamos por desconhecimento de nós mesmos ou preguiça, lidamos com o Espiritismo como se fosse apenas mais uma religião, ignorando que a convicção espírita se elabora muito mais no exercício da fé raciocinada do que na simples adesão às instituições humanas.

Aliás, escreveu Kardec que “O Espiritismo é uma questão de fé e de crença, e não de associação.” (2), ao responder à reclamação do queixoso Abade Barricand acerca da análise do codificador, presente na Revista Espírita, a respeito das pretensas refutações deste sacerdote à tese espírita nos cursos que ministrava, obviamente, sem conhecimento de causa. Disso, deve ficar evidente que a convicção espírita se edifica mediante o estudo sério e com uma atitude filosofante, por parte do adepto, em relação aos saberes presentes nas obras fundamentais da Doutrina dos Espíritos.

E, no que tange a questão que dá título a esse artigo, o que corrobora no sentido de termos consciência da relevância das obras de Allan Kardec consiste no fato de que, numa perspectiva antropológica do quefazer científico, o emérito professor pode ser considerado co-autor ou co-fundador dessa ciência, em especial conexão com o Espírito Verdade e sua equipe, além de notável codificador do Espiritismo – função mais destacada na primeira edição de O Livro dos Espíritos.

Confirma essa constatação o erudito Canuto Abreu, ao prefaciar a sua tradução da primeira edição de O Livro dos Espíritos, afirmando ser o mestre lionês aprendiz e secretário dos Espíritos passando, na segunda edição (1860), de discípulo a mestre, ou seja, naquela produção “Nivela-se o Aprendiz com os Instrutores” (3). Enfim, visando valorizar efetivamente o trabalho missionário de Kardec é útil levarmos em conta a co-laboração em que se deu a dinâmica de sua pesquisa e produção teórica com os Espíritos Superiores.

Quais são as obras fundamentais?

Muito se ouve falar, da parte daqueles que se consideram versados no Espiritismo, que a pessoa que queira se iniciar no conhecimento espírita precisa ler ou estudar as obras básicas da Doutrina. Essa afirmação corrente parece óbvia, mas nem tanto, e, no meu ponto de vista, por dois motivos.

O primeiro deles se refere ao que podemos depreender de um texto do escritor italiano Ítalo Calvino, em que defende a relevância da leitura das obras consideradas clássicas na literatura e de diferentes campos do saber.

Lendo esse artigo, verificamos que os clássicos são o tipo de livros com os quais todos deveriam se ocupar, todavia poucos o fazem e raras são as pessoas que admitem, ao menos publicamente, não terem feito essas leituras e, não por humildade.

É o caso de alguns adeptos descomprometidos com a Causa que desconhecem os textos de Kardec e afirmam ter ouvido falar ou fingem que sabem deles, atendendo a expedientes nas atividades da casa ou do movimento espírita sem se proporem a ler as tais obras (que consideram básicas!), indiscutível fonte primacial do Espiritismo.

Outro motivo que demonstra a não-obviedade da necessidade de se ler e estudar os livros de Kardec, em nosso meio, consiste na redução que se faz da produção de Allan Kardec ao denominado Pentateuco Kardequiano.

Dito isto, atenhamo-nos à pergunta: quais são as obras fundamentais do Espiritismo? A resposta está num opúsculo escrito por Allan Kardec no ano de 1869, trata-se do “Catálogo Racional: obras para se fundar uma biblioteca espírita”. Nesse pequeno livro, o co-fundador da Doutrina Espírita apresenta um conjunto de obras catalogadas que se vinculavam, de algum modo, ao objeto de estudos da ciência com que se ocupava.

Assim, encontramos citadas no referido catálogo (4) as obras fundamentais da Doutrina Espírita, obras diversas sobre Espiritismo, obras produzidas fora do Espiritismo e as que a ele se opunham.

Kardec nomeia da seguinte forma as obras fundamentais do Espiritismo:
O Livro dos Espíritos (parte filosófica); O Livro dos Médiuns (parte experimental);
O Evangelho segundo o Espiritismo (parte moral);
O Céu e o Inferno ou a Justiça Divina segundo o Espiritismo;
A Gênese, os milagres e as predições, segundo o Espiritismo;
O que é o Espiritismo? – Introdução ao conhecimento do mundo dos Espíritos;
O Espiritismo em sua mais simples expressão;
Resumo da lei dos fenômenos espíritas;
Viagem Espírita em 1862 e a
Revista Espírita: jornal de estudos psicológicos.

Logo é fácil perceber que o essencial para aprender a Filosofia Espírita está nessas obras consideradas por Kardec como fundamentais, entre livros, brochuras e a Revista que produziu até a sua desencarnação em 1869.

Estudando Kardec:

“Temos dito que a melhor maneira de uma pessoa adquirir conhecimentos sobre o Espiritismo é estudar-lhe a teoria. Os fatos virão depois, naturalmente, e serão compreendidos, qualquer que seja a ordem em que os tragam as circunstâncias. Nossas publicações têm sido feitas com o propósito de favorecer esse estudo.” (5)
Notas

1- Educador, escritor e palestrante espírita residente em POA/RS. Contatos: vlousada@hotmail.com
2 - Revista Espírita de julho de 1864.
3 - ABREU, Canuto. O primeiro livro dos espíritos de Allan Kardec. Texto bilíngüe. SP: ICESP, 2007, p. XV.
4 - KARDEC, Allan. Catálogo Racional: obras para se fundar uma biblioteca espírita. Tradução de Julia Vidili. Ed. fac-similar bilíngüe histórica. SP: Madras:USE, 2004.
5 - O que é o Espiritismo? – Terceiro Diálogo – o padre.


Fonte
http://oblogdosespiritas.blogspot.com/2010/06/por-que-ler-as-obras-fundamentais-do.html

Anjos de guarda


Por Rogério Coelho

“(...) E apareceu-Lhe um anjo do Céu, que O confortava”. – Lucas, 22:43.

Por heranças oriundas do caldo cultural judaico-cristão, inúmeras criaturas, e até mesmo muitos que se dizem espíritas, possuem ideias equivocadas a respeito do que se convencionou chamar “Anjo de Guarda”.

Seria um papel extremamente fastidioso, em especial para um Espírito Superior, estar de guarda todo o tempo, acompanhando de perto o seu tutelado, em geral um ser indisciplinado, alienado, sem descortinos espirituais...

Na verdade, ele recebe a missão à semelhança de um pai ou mãe em relação aos filhos: para guiar o seu protegido pela senda do bem, dar-lhe conselhos, consolá-lo nas aflições e levantar-lhe o ânimo nas provas da vida.1

Mas, por acaso, os pais ficam vinte e quatro horas ao lado dos filhos?!

São Luís explica2: Mesmo estando o Espírito Protetor a muitos milhões de léguas distante de seu protegido, não deixa de oferecer-lhe ajuda todas as vezes em que ela se fizer necessária, pois as distâncias, por maiores que sejam, nada são para os Espíritos.

Kardec ensina2:

“(...) Nada tem de surpreendente a doutrina dos anjos guardiães, a velarem pelos seus protegidos, malgrado a distância que medeia entre os mundos. É, ao contrário, grandiosa e sublime. Não vemos na Terra o pai velar pelo filho, ainda que de muito longe, e auxiliá-lo com seus conselhos correspondendo-se com ele? Que motivo de espanto haverá, então, em que os Espíritos possam, de um outro mundo, guiar os que, habitantes da Terra, eles tomaram sob sua proteção, uma vez que, para eles, a distância que vai de um mundo a outro é menor do que a que, neste planeta, separa os continentes? Não dispõem, além disso, do fluido universal, que entrelaça todos os mundos, tornando-os solidários; veículo imenso da transmissão dos pensamentos, como o ar é, para nós, o da transmissão do som?”

Ainda com o Mestre Lionês aprendemos3: “(...) Além do Anjo guardião, que é sempre um Espírito superior, temos Espíritos protetores que, embora menos elevados, não são menos bons e magnânimos. Contamo-los entre amigos, ou parentes, ou, até, entre pessoas que não conhecemos na existência atual. Eles nos assistem com seus conselhos e, não raro, intervindo nos atos da nossa vida.

(...) Deus, em o nosso Anjo guardião, nos deu um guia principal e superior e, nos Espíritos protetores e familiares, guias secundários”.

Onde quer que estejamos, tenhamos a certeza de que receberemos sempre a assistência e o carinho de nossos irmãos maiores da Espiritualidade.

Sem embargo, devemos entender que esses amigos espirituais, mesmo sendo respeitáveis vexilários do bem, têm as suas limitações e, tal como nós, vão escalando os planos superiores da vida até lograrem alcançar, em segurança, a meta assinada pelo Pai Celestial para todas as Suas criaturas.

Enquanto estamos a caminho, eles serão os braços do Cristo a oferecer-nos o apoio necessário para os nossos passos claudicantes na senda do Bem.

1 - KARDEC, Allan. Livro dos Espíritos. 88.ed. Rio [de Janeiro]: FEB, 2006, q. 491.
2 - Idem, ibidem, q. 495.

3 - KARDEC, Allan. O Evangelho Seg. o Espiritismo. 129.ed. Rio: FEB, 2009, cap. XXVIII, item 11.

Fonte
http://oblogdosespiritas.blogspot.com/2010/06/anjos-de-guarda.html